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Como foi a viagem de Dom Pedro II a Minas Gerais em 1881

 

O imperador viajou durante 36 dias; o episódio foi registrado em seu diário

Dom Pedro II, que já havia visitado o estado de Minas Gerais várias vezes, mas nunca por muito tempo, passou dias visitando diferentes cidades mineiras, como Barbacena, Ouro Preto, Sabará e Bento Rodrigues.

O imperador também passou 36 dias pelas regiões do Quadrilátero Ferrífero, Campo das Vertentes e Zona da Mata. Hoje, estão disponíveis registros sobre onde passava, que foram feitos pelo próprio imperador em seu diário.

Até agora se pode até mesmo provar o cardápio do banquete servido ao casal imperial em Barbacena, que marcou o paladar de Dom Pedro II e é recriado por um restaurante da cidade. 

O imperador, segundo a professora Regina Almeida, do IHGMG, passou por uma viagem curta ao estado entre 26 de março e 30 de abril de 1881. A passagem, feita de diversas formas, foi definida por ela como “uma viagem exaustiva, de trem, a cavalo e numa barcaça pelo Rio das Velhas”, e ela continua.

Ele veio para conhecer a realidade de Minas. Homem de grande cultura, o imperador se preocupava com tudo: fauna, flora, mineralogia, geologia, educação, religião, justiça, agropecuária. Chegou a visitar 10 minerações, incluindo a Mina de Morro Velho, onde vestiu a roupa de ‘algodão grosso dos mineiros’”, contou a professora sobre a viagem, que foi acompanhada por jornalistas de diversos veículos, como a Revista Ilustrada, do Rio de Janeiro, que não deixou de publicar um desenho do casal imperial em trajes para mineração.

O estado estava dentro dos futuros planos de Dom Pedro II, que na época estaca com 59 anos de idade, e ainda não havia presenciado a queda da monarquia. A professora Regina Almeida falou mais sobre as ideias do imperador para o Estado de Minas.

"Estava interessado na expansão da ferrovia, tanto que viajou por vários ramais. Era grande administrador, então, em cada uma das províncias que visitou (na época, eram 21), tinha o olhar político, no bom sentido, e foco nos setores cultural, econômico, artístico, educacional, de transporte e serviços públicos”, disse ela.

Dentro do diário de viagens de Dom Pedro II podemos acompanhar suas considerações por lugares em que passou, como as cadeias, aonde reclamou da higiene e do cheiro, escolas, que receberam críticas quanto ao desempenho de professores e alunos, além lugares culturais, como o teatro e apresentações artísticas em outros locais. 

Lendo relatos do naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, que já havia viajado por Minas Gerais décadas antes, Dom Pedro II saia de Barbacena, onde tinha vindo de trem, e foi, junto com a comitiva, para outros locais, como Carandaí, Conselheiro Lafaiete, Varginha do Lourenço e Ouro Branco, até chegar em Ouro Preto.

Depois de passar por Nova Lima e conhecer uma mina em Morro Velho, andando de cavalo, Dom Pedro II foi para Sabará, de onde foi, pelo Rio das Velhas até Santa Luzia. Na cidade, ele visitou o Mosteiro de Macaúbas e desenhou uma paisagem da igreja matriz do município. Depois, partiu para Lagoa Santa, onde foi até a casa onde o paleontólogo dinamarquês Peter Wilhelm Lund viveu. 

Entre outros destinos visitados pelo imperador na época estão Sabará, Caeté, Gongo Sôco, Barão de Cocais, Brumal, Colégio do Caraça, Catas Altas, Mariana, Bento Rodrigues e Camargos. 

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